Por G1 - GO
Ao g1, as filhas do radialista Valério Luiz disseram que a prisão de Maurício Sampaio, condenado por mandar matar o pai delas, tem um gosto “agridoce” devido à demora e a todos os desdobramentos do caso (entenda abaixo). Sampaio é ex-dirigente do Atlético-GO e foi condenado pela morte do radialista Valério Luiz.
“Essa situação já se prolongou por tanto tempo e foi tão desgastante que poderia ter sido muito diferente. O desgaste de todos esses anos com recursos, manobras processuais, ameaça de anular o júri, e o fato de ter um pedido de prisão decretado e pessoas se sentindo no direito de decidir o dia em que se entregam. Não dá para dizer que passou ileso, é um gosto agridoce esse processo”, desabafou Laura Oliveira, filha de Valério Luiz.
“Acredito que todos da família esperavam por esse momento com muita ansiedade. É uma angústia que sempre perdurará e prisão nenhuma alivia, pois a forma como tiraram a vida dele foi cruel demais”, completou Tamine Oliveira, filha do radialista.
Sampaio se apresentou à Polícia Civil na última quinta-feira (20), em Goiânia, segundo seu advogado de defesa, Ricardo Naves, e também segundo a instituição. O caso se arrasta desde 2012, quando Valério Luiz foi morto enquanto saía da emissora de rádio em que trabalhava, no Setor Serrinha. A motivação do crime teria sido as críticas feitas pelo jornalista contra a direção do Atlético-GO.
Ao g1, Laura disse acreditar que a prisão de Sampaio é uma resposta para a família e a sociedade.
“Durante todos esses anos, nós já nos sentimos tantas vezes completamente injustiçados, que acho que não só a família, mas também a sociedade goianiense precisa dessa resposta da Justiça e dessa demonstração de que, apesar dos poderes e influências, o que se faz tem consequência”, finalizou.
Valério Luiz Filho disse que a prisão de Maurício Sampaio é uma "contribuição para a história do estado" e "desfecho de uma longa luta".
"Acredito que essa luta pode servir de exemplo para outras vítimas de violência na busca por justiça, algo que honra a memória do meu pai e do meu avô", desabafou.
A Justiça expediu um mandado de prisão definitiva contra Sampaio na tarde de sexta-feira (14), mas ele estava viajando. Ao voltar para a capital, o empresário se apresentou na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Cidade Jardim, no início desta tarde.
No mesmo dia em que mandou prender Sampaio, a Justiça também expediu um mandado de prisão contra o policial militar da reserva Ademá Figueiredo Aguiar Filho, condenado por ter sido responsável por atirar contra o radialista. Figueiredo se entregou no presídio militar, no Setor Marista, em Goiânia, no mesmo dia.
Na ocasião, o advogado dos dois chegou a dizer que: "Tudo o que for determinado haverá de ser cumprido, até que haja uma contraordem".